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Revista científica internacional Precambrian Research premia o professor Moacir Macambira, do Instituto de Geociências, por excelência na revisão de artigos

  • Publicado: Sexta, 17 de Outubro de 2025, 12h27

Por Anna Mescouto (DICOM)


 

O professor Moacir José Buenano Macambira recebeu o prêmio Best Reviewer Awards 2024 da prestigiada revista científica internacional Precambrian Research, uma das publicações de maior impacto na área das Geociências. A revista é especializada em pesquisas sobre o Eon Pré-Cambriano — o mais extenso da história da Terra, com mais de 4 bilhões de anos — e recebe artigos de pesquisadores de universidades e demais instituições de todo o mundo para avaliação e publicação.

 

Em 2024, apenas cinco revisores foram premiados: um da Austrália, um da Itália, um do Reino Unido, um do Canadá e o brasileiro, Prof. Macambira.

 

O professor comentou que revisa artigos para diversas revistas científicas há anos e que, na Precambrian Research, atua como avaliador há bastante tempo. “É uma atividade trabalhosa e de grande responsabilidade. Imagine que um pesquisador dos Estados Unidos deseja publicar nessa revista; o artigo é enviado aos revisores para que deem parecer. Eles, então, têm que dizer se o artigo está bom ou ruim; se está faltando isso ou aquilo’. ‘Dar um parecer, não é uma tarefa fácil, porque você está julgando o trabalho de alguém. Então, para isso, é preciso ter domínio do tema do artigo que você está analisando. Além disso, é tudo em inglês. O artigo vem em inglês e você tem que dar o parecer em inglês correto e criticar com propriedade. Em geral, a tendência é a gente apontar os problemas no artigo, pois a gente quer que o artigo melhore”, destacou.

 

O Prof. Macambira mencionou também que recebe muitos trabalhos relacionados à Amazônia, ressaltando que a região tem uma história geológica complexa, pouco conhecida e conta com poucos especialistas em contexto global, o que explica a grande quantidade de artigos que chegam para sua avaliação.

 

O pesquisador explicou que a atividade de revisor é voluntária, porém de extrema relevância para o progresso do conhecimento científico. “Acredito que atribuem esse diploma como uma forma de incentivo. É totalmente voluntário. Eu posso recusar também, se não quiser dar o parecer. Mas é interessante para nós, porque a gente está conhecendo um estudo novo que, no meu caso, que trabalho na Amazônia, vem com dados inéditos sobre a região na forma do artigo submetido, e isso me interessa”, comentou.

 

 

Trajetória e reconhecimento

 

A trajetória do Prof. Macambira na pesquisa e revisão científica teve início com a datação de rochas, sua especialidade. Segundo o professor, o corpo editorial da revista busca especialistas em diferentes áreas do conhecimento ao redor do mundo, o que o levou a ser convidado para atuar como revisor. Não apenas na Precambrian Research, mas também em diversas outras revistas científicas, onde passou a avaliar artigos relacionados aos temas do seu conhecimento um suporte técnico.

 

Ele já foi presidente da Sociedade Brasileira de Geologia e, durante sua gestão, promoveu mudanças significativas na revista da instituição, hoje chamada Brazilian Journal of Geology. Entre as principais transformações, destaca um suporte editorial profissional, a regularidade na publicação dos fascículos e o aumento das exigências quanto à qualidade dos artigos, além de publicação na língua inglesa.

 

Graças a essas mudanças, a revista conquistou índices de avaliação mais altos em bases internacionais e passou a ser amplamente acessada em formato digital, registrando milhares de downloads. Para Macambira, esse salto consolidou o Brazilian Journal of Geology como a principal publicação científica em geologia da América do Sul.

Além do reconhecimento internacional, o Prof. Macambira acumula diversas homenagens ao longo de sua carreira. Recebeu medalhas da Sociedade Brasileira de Geologia, incluindo a medalha “Colaborador Emérito da Sociedade Brasileira de Geologia”. Em reconhecimento à sua contribuição para a pesquisa científica, foi escolhido como o primeiro agraciado com a medalha “Marcio Martins Pimentel”, entregue durante o Congresso Brasileiro de Geologia, em 2021 — honraria concedida posteriormente a outros pesquisadores de destaque do próprio Instituto de Geociências da UFPA.

Outro marco de sua trajetória foi participar da criação do laboratório de Geologia Isotópica da UFPA, conhecido como “Pará-Iso”, fundado em 1983, o espaço é considerado um dos mais importantes da América do Sul em técnicas de datação de rochas. “Foi o segundo laboratório desse tipo no continente, depois daquele da Universidade de São Paulo. Hoje, há vários, mas durante décadas atendemos pesquisadores de todo o Brasil em busca de análises e dados produzidos aqui”, destacou.

O laboratório, equipado com máquinas de última geração adquiridas ao longo de quatro décadas, tornou-se referência nacional e internacional, consolidando o nome da UFPA na pesquisa em geociências.

Para mais informações sobre o laboratório Pará-Iso acesse o site https://www.para-iso.ufpa.br/.

 

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