Pesquisadores analisam os efeitos dos incêndios florestais no banco de sementes do solo de uma floresta de terra firme na Amazônia.

Intitulado “O Papel do Banco de Sementes do Solo na Recuperação e Restauração de uma Floresta de Terra Firme Queimada na Amazônia”, o artigo (originalmente em inglês) é de autoria de Vynicius Oliveira, Mário Jardim, Maria Barros, Danilo Silva, Ima Vieira e Marcelo Tabarelli.

Por Joyce Nunes | Divisão de Comunicação.

As florestas tropicais desempenham um importante papel em relação à conservação da biodiversidade e à prestação de serviços ecossistêmicos de relevância local e global. No entanto, diversas têm sido as ações humanas responsáveis pelos níveis crescentes de perda de habitat e degradação dessas biotas.

Neste contexto, os incêndios florestais para utilização do solo por exploração madeireira e fragmentação do habitat, bem como as secas intensas, são os principais impulsionadores dessa degradação. Como consequência, ocorrem efeitos significativos nas características das sementes das comunidades arbóreas, afetando não apenas as áreas mais perturbadas, como também os povoamentos florestais antigos.

Assim, qualquer que seja a intensidade dos impactos deixados pelos incêndios florestais, desde mudanças temporárias até a degradação quase irreversível, o resultado depende da capacidade da floresta de se recuperar. Isso é feito por meio de mecanismos de regeneração, sejam eles chuvas de sementes, banco de sementes do solo, banco de mudas e rebrota de plantas. Dentre os mecanismos, o banco de sementes tem uma função fundamental na regeneração da floresta tropical. Ele facilita a rápida captação de espécies pioneiras, desencadeando o processo de regeneração florestal.

O artigo que tem como primeiro autor o doutorando em Ciências Ambientais Vynicius Oliveira, aborda os impactos dos incêndios florestais, ressaltando que, embora o tema tenha recebido atenção, ainda há uma lacuna significativa nas informações sobre os padrões e dinâmicas de recuperação das florestas. As evidências mostram que o banco de sementes possui alta densidade de sementes, mas é naturalmente empobrecido e relativamente resistente a eventos iniciais de incêndios. Isso indica que a recuperação de florestas degradadas por incêndios depende de sementes dispersas por vertebrados de povoamentos florestais antigos sobreviventes, assumindo que esses povoamentos persistam em uma paisagem propensa a incêndios.

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